por Ester Varelo
Para dar continuidade à elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba, o Governo da Paraíba, por meio da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), promoveu uma nova rodada de consultas públicas em cinco municípios estratégicos nas últimas semanas: Taperoá (29/05), Mogeiro (02/06), Boqueirão (03/06), Campina Grande (04/06) e Monteiro (05/06). A iniciativa integra a etapa de Prognóstico, voltada à apresentação de dados técnicos, simulações e cenários projetados, que servirão de base para decisões futuras e ações sustentáveis de gestão hídrica.
Em Taperoá, a primeira reunião foi realizada em formato de oficina, reunindo moradores e gestores locais em uma dinâmica participativa. Nas demais cidades, o modelo adotado foi o de consulta pública tradicional, com apresentações técnicas e espaço para diálogo. Durante os encontros, foram exibidos slides com tabelas, gráficos e análises que consideraram fatores como disponibilidade hídrica, uso do solo, demandas projetadas e comportamento climático. Essas informações subsidiam estratégias adaptadas às realidades regionais e às possíveis situações de crise.
Educação e cidadania em Mogeiro – Um dos momentos marcantes da rodada ocorreu em Mogeiro, com a presença de estudantes da Escola Municipal Iraci Rodrigues. Os alunos participaram da reunião junto aos demais presentes e receberam kits educativos do projeto “Comitês nas Escolas”, iniciativa da Aesa voltada à conscientização ambiental desde as etapas iniciais da formação educacional. Para a professora Giuliana Mércia Rosendo, a ação reforça o papel transformador da educação. “Essa é uma participação válida que irá render bons frutos, pois é a partir da educação e conscientização que tudo começa, tendo em vista que o nosso público é composto por adolescentes e jovens. Eles serão transmissores de bons hábitos para as novas gerações”, destacou.
Construção coletiva – O projeto é executado pela Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape), contratada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos (Seirh), com financiamento do Banco Mundial. Para o diretor de Gestão e Apoio Estratégico da Aesa, Waldemir Azevedo, a participação da sociedade é um pilar central. “Estamos construindo um plano com base técnica sólida, mas também com forte envolvimento social. É isso que garante legitimidade e eficiência nas ações que serão implementadas futuramente”.
A subgerente de Planos da Aesa, Larissa Freitas, reforça esse caráter colaborativo. “A gestão hídrica exige precisão e sensibilidade regional. O Plano de Recursos Hídricos é o instrumento que guia nossas decisões. Por isso, é essencial ouvir as comunidades e integrar suas realidades às propostas, especialmente em um território tão diverso quanto o da Bacia do Rio Paraíba”.
Prognóstico e próximos passos – O coordenador executivo do plano pela Cobrape, Christian Taschelmayer, explica que essa fase de Prognóstico consolida os estudos iniciados em 2023. “Já produzimos relatórios técnicos com diagnósticos sobre ocupação do território, qualidade e quantidade de água, além de análises de reservatórios e demandas futuras. Agora, estamos debatendo os cenários possíveis, ouvindo os atores locais e refinando as metas e programas que integrarão o plano final”, detalhou.
As reuniões contaram com a presença de representantes do poder público, sociedade civil, usuários de água, comunidade acadêmica e setor produtivo. Participaram instituições como a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), além de alunos e professores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), entre outras. Ao todo, centenas de pessoas se envolveram nos debates promovidos ao longo da semana.
O processo segue para a próxima etapa, a RP06 – que abrange Metas, Programas e Programas de Investimentos. O site oficial do plano (www.planorioparaiba.com.br) permanece disponível para contribuições da sociedade a qualquer momento. Nele, é possível acessar os documentos aprovados, materiais técnicos e enviar sugestões.